sexta-feira, 22 de junho de 2012
Sobre os ataques aos PMs Paulista
Comando da PM elabora carta para tranquilizar policiais de SP
O Comando Geral da Polícia Militar de São Paulo passou a última noite redigindo uma carta para ser distribuída aos cerca de cem mil policiais militares do Estado.
O objetivo do documento é tentar amenizar a tensão dos PMs por conta dos ataques de criminosos na cidade de São Paulo e que já vitimaram seis policiais -cinco deles com características de crime encomendado.
A assessoria do comando geral confirmou na manhã de hoje a existência da carta aos PMs.
Na noite de hoje, o coronel Roberval Ferreira França sairá às ruas para comandar pessoalmente uma operação com 1.500 policiais militares. A intenção do oficial é transmitir segurança aos comandados.
Entre o dia 13 e a manhã desta sexta-feira, seis policiais militares foram assassinados a tiros na cidade de São Paulo. Em apenas um dos casos, ocorrido em Pirituba (zona oeste de São Paulo), há indicação de que o PM foi morto ao reagir a uma tentativa de assalto contra um mercado.
Os casos nos quais os PMs foram mortos com características de crime encomendado ocorreram na zona leste (3) e na zona sul (2). Esses dois últimos foram na noite de quinta-feira e no fim da madrugada de hoje.
Duas bases da PM, ambas na zona leste paulistana, também foram atacadas a tiros. Nenhum policial militar foi ferido nos atentados.
De acordo com o secretário da Segurança Pública de Geraldo Alckmin (PSDB), Antonio Ferreira Pinto, as cinco mortes dos PMs com características de crime encomendado não têm ligação e são fatos isolados.
Existe a suspeita de que as mortes com característica de crime encomendado tenham sido retaliação do grupo criminoso PCC contra a operação da Rota (espécie de tropa de elite da PM) que matou seis homens no fim de maio, na zona leste de São Paulo.
O bar onde a Rota matou cinco desses suspeitos de integrar o PCC foi incendiado na noite de ontem.
A possível retaliação contra os PMs também é reforçada porque um dos seis mortos na operação em maio chegou a ser preso no local do suposto tiroteio entre membros do PCC e policiais, mas foi levado para a rodovia Ayrton Senna, torturado e, depois, morto.
O sargento Carlos Aurélio Nogueira, 42, o soldado Marcos Aparecido da Silva, 37, e o cabo Levi Cosme da Silva Júnior, 34, foram presos pela morte de Anderson Minhano, 31. Ele teria sido levado para a rodovia porque já era investigado pela morte do PM Elias Barbosa dos Santos, 38, em Itaquaquecetuba (Grande São Paulo), um mês antes.
Matéria relacionada
PM recomenda que policiais de folga 'reforcem cautela'
22 de junho de 2012 | 14h49 |
atualizado às 17h02
O Comando da Polícia Militar divulgou nesta sexta-feira uma orientação aos oficiais de folga na cidade de São Paulo. Segundo nota divulgada pela assessoria da corporação, o número de ocorrências envolvendo militares fora do horário de expediente sugere um cuidado redobrado. "Com relação aos policiais militares de folga, recomendamos que adotem as mesmas cautelas e cuidados que mantem durante o serviço, bem como informem imediatamente à sua Unidade ou ao Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) qualquer situação de risco ou a presença de indivíduos suspeitos", dizia a nota.
Segundo a PM, durante a noite de ontem e a madrugada de hoje, além do contingente regular, foram deslocados para zona sul e leste um contingente extra com policiais das Rotas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Batalhão de Choque e do Comando de Operações Especiais (Coe). Ao todo, foram 253 policiais, 57 viaturas e 20 motos em serviço.
Todas as patrulhas estão com orientação de conduta de segurança especial, com atendimento de ocorrência em pares de viaturas e cautelas redobradas no atendimento de ocorrências e na aproximação de veículos, motos e pessoas suspeitas.
Para solucionar os crimes, a PM trabalha em conjunto com o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a nota oficial, "vários casos estão prestes a serem esclarecidos e a Polícia Militar não vai descansar enquanto os responsáveis não forem identificados e presos".
Sequência de crimes
Um policial militar foi morto a tiros no final da madrugada desta sexta-feira, na região do Grajaú, zona sul de São Paulo. Segundo informações da assessoria da Polícia Militar, Osmar Santos Ferreira foi alvejado por volta das 5h, na avenida Prefeito Lauro. Ferido, o policial foi encaminhado ao Pronto-Socorro do Grajaú, mas não resistiu aos ferimentos. O crime é mais um da recente onda de ataques a policiais em São Paulo.
Ainda na mesma madrugada, uma base da Polícia Militar foi alvo de tiros na região de Itaquera, na zona leste de São Paulo. Segundo informações da Polícia Militar, o ataque ocorreu na rua Joapitanga, por volta das 2h. Apenas um policial estava no local no momento do ataque, e conseguiu se esconder agachado. Além da base, os tiros acertaram a vários carros, entre eles uma viatura da PM, além da janela de uma casa. Após o ataque, houve perseguição e um criminoso foi morto. Os demais bandidos conseguiram fugir.
Na noite de ontem, um policial acabou morrendo durante um confronto com criminosos na rua Henrique Sam Mindlin. Segundo a Polícia Militar, Paulo César Lopes Carvalho estava à paisana em um mercado na rua Henrique Sam Mindlin, quando três criminosos chegaram ao local para uma tentativa de assalto. Carvalho, que tinha 15 anos de corporação, reagiu e acabou sendo baleado na cabeça. Um dos criminosos foi atingido pelo PM, e também morreu. Os outros dois suspeitos fugiram em uma moto.
Todos estes crimes, associados ao ataque a uma base policial em São Mateus e à morte de um policial em Pirituba gera a expectativa sobre uma onda de ataques. Segundo o major Marcel Soffner, os policiais estão preparados e não irão retroceder. "Policial é policial 24 horas por dia, preparado e extremamente comprometido com a segurança pública para proteger o cidadão. O policial não retrocede em nenhum momento e não iremos retroceder. O policial tem hombridade e comprometimento com a segurança", disse.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, descarta ato orquestrado por facções criminosas. Contudo, para evitar novos ataques, o major confirmou que a PM estará com um grande contingente nas ruas pelos próximos dias.
Fonte: terra
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