domingo, 17 de junho de 2012
Marcha silenciosa vai protestar contra polícia de NY
17 Jun (Reuters)
Milhares de nova-iorquinos planejaram marchar em silêncio pela Quinta Avenida neste domingo para pedir o fim do programa do departamento de polícia de Nova York (NYPD) de "parar-e-revistar", o qual visa homens negros e latinos de maneira desproporcional, segundo os manifestantes.
A marcha, que vai terminar na casa do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, faz lembrar uma marcha silenciosa pelos direitos civis em 1917, que fez o mesmo caminho, disse o presidente da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês) Todd Jealous, que vai marchar no dia dos pais com o reverendo Al Sharpton, civis libertários e alguns potenciais candidatos democratas à prefeitura.
Bloomberg e autoridades da NYPD têm defendido vigorosamente a tática de parar-e-revistar, argumentando que tem sido crucial para retirada de armas das ruas e para atingir uma queda histórica nas taxas de crime. A polícia nega as paradas motivadas por raça ou cotas e disse que está parando pessoas consideradas suspeitas.
Jealous disse que o programa constitui discriminação racial e criou "uma polícia estatal para algumas crianças da comunidade."
No ano passado, o departamento realizou 168.126 revistas de rua em homens negros de 14 a 24 anos de uma população total de 158.406 para essa demografia, de acordo com uma análise do departamento de estatísticas da União Civil Libertária de Nova York.
"Esse programa precisa ser desmontado e (o NYPD) precisa começar da estaca zero", disse Jealous à Reuters.
Bloomberg reconheceu a crítica na semana passada, mas disse que o programa precisa ser "remendado, não encerrado."
O prefeito disse que novos vídeos de treinamento e auditorias de dados de revistas por oficiais comandantes - que serão responsabilizados pelas ações dos policiais - vão aplacar as preocupações dos críticos.
Ele insistiu que o programa é vital, especialmente em áreas de alta criminalidade, onde a polícia faz paradas "não por causa da raça por causa do crime."
"Não vamos recuar de uma estratégia que sabemos que salva vidas", disse ele no final de semana passado.
Líderes de direitos civis disseram que Nova York não tem visto um protesto silencioso de larga escada desde a era da Guerra do Vietnã.
"Esse silêncio vai ressoar mais alto que qualquer coisa que pudéssemos dizer ou cantar", disse Sharpton, que com outros líderes de direitos civis se reuniu recentemente com Bloomberg para discutir o programa.
"Concordamos em continuar conversando", disse Sharpton. "Mas ele disse que não vai recuar da ideia de ''remendar, não encerrar'' e nós dizemos ''acabe com isso, não pode ser remendado''."
(Reportagem de Chris Francescani)
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