domingo, 24 de junho de 2012

Governador diz: se enfrentar a policia levará a pior’

Alckmin: ‘Se enfrentar a polícia levará a pior’

Cristina Christiano
cristinamc@diariosp.com.br
Helio Torchi / FuturaPress

A execução de mais um policial militar – o cabo Joaquim Cabral de Carvalho, de 45 anos –, no final da madrugada deste sábado, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, aumentou o clima de tensão em quartéis, bases policiais e delegacias.

A possibilidade de uma facção criminosa estar à frente dos ataques fez o governador Geraldo Alckmin (PSDB) falar duro com o crime organizado neste sábado. “Não vamos retroceder um milímetro. São Paulo é a terra do cumprimento da lei”, afirmou, durante inauguração do Parque Estadual do Belém, na Zona Leste. “A ordem é investigação e prisão. Mas, se enfrentarem, vão levar a pior. A polícia vai para cima.”

Para o governador, as recentes mortes envolvendo policiais militares que estavam de folga é uma retaliação da bandidagem ao fato de a polícia paulista estar prendendo mais. “Apenas de 1 de janeiro a 1 de junho, 10 mil bandidos foram presos. Até então, a média era de 5 mil a 6 mil por ano”, disse.

Segundo o governador, a polícia já sabe quem são os envolvidos nos crimes, mas ele não deu detalhes. “Esses meliantes já estão identificados e alguns até presos. Mas não vou antecipar nada para não prejudicar as investigações.”

ALERTA GERAL / Desde a noite de sexta-feira, o policiamento na capital está reforçado. Férias e folgas foram canceladas e o pessoal administrativo colocados nas ruas. Em quartéis e delegacias o clima é de alerta. A medida foi estendida para a Grande São Paulo e o interior por conta dos acontecimentos da capital e deve permanecer assim mais alguns dias.

Mesmo com a tropa de prontidão, os ataques prosseguiram. Além da morte do cabo Joaquim, os criminosos incendiaram um ônibus na Avenida dos Signos, no Jardim Taboão, em Diadema, no ABC, por volta da meia-noite de sábado. Quinze minutos depois tocaram fogo em um carro na Avenida Lico Maia, bairro Conceição, na mesma cidade. Os crimes aconteceram a 300 metros da base da PM.

Cabo executado em Ferraz estava voltando do trabalho
O cabo Joaquim Cabral de Carvalho havia acabado de sair do trabalho e retornava para casa em trajes civis, às 6h15 deste sábado, quando foi atacado em frente a uma barraquinha de lanches na Rua Godofredo Osório Novais, em Ferraz de Vasconcelos. Testemunhas contam que dois homens se aproximaram e, sem nada dizer, começaram a atirar. Joaquim, casado e pai de quatro filhos, estava na PM havia 28 anos.

Com a morte dele, sobe para sete o número de policiais militares assassinados em dia de folga nos últimos dez dias. De janeiro até neste sábado, 39 PMs foram executados contra 47 em todo 2011.

A polícia afirma que não se trata de ação orquestrada, mas casos isolados. Porém, há informações de que o crime organizado teria dado a ordem de matar.

Na noite de sexta-feira, um tenente da PM baleou um assaltante que, junto com um parceiro, tentou roubá-lo. Eram 22h30. O policial retornava do trabalho e estacionava o carro na Rua Piedade Duarte de Oliveira, Vila Maria, Zona Norte, quando um dos bandidos bateu com a arma no vidro do carro e anunciou o assalto. O tenente sacou a arma e o baleou na barriga. O outro chegou a atirar no veículo, mas fugiu sem acertar o PM.

O ladrão foi identificado como Everton Santos Silva, de 33 anos, com passagens pela polícia por roubo, tráfico e porte de arma. Ele está internado no Hospital das Clínicas, fora de perigo.

Às 19h30, um sargento da Polícia Rodoviária Estadual também foi vítima de tentativa de roubo no km 40 da Raposo Tavares.

Fonte: diario de Sao Paulo

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