PM acusado de desviar a comida dos próprios PMs e dos presos para sua fabrica

PM de Assaré (CE) desviava comida de presos para dar a funcionários de sua fábrica, denuncia MPCOMENTE Aliny Gama Do UOL, em Maceió O MP-CE (Ministério Público Estadual do Ceará) denunciou à Justiça o subtenente da PM (Polícia Militar) em Assaré, a 461 km de Fortaleza. Segundo a ação, o militar Rogério Vidal da Luz é acusado de desviar parte da comida que deveria ser destinada aos presos da cadeia pública e aos policiais para alimentar funcionários de uma fábrica de telhas e tijolos da qual é o proprietário. De acordo com a denúncia, Luz também utilizava carros da PM e do programa Pró-Cidadania para transportar seus funcionários. A ação, movida pela promotoria de Assaré, pede que o militar seja condenado por improbidade, suspensão do cargo, além da decretação da indisponibilidade de bens do subtenente. De acordo com o promotor Edgard Jurema de Medeiros, por conta do suposto desvio da comida paga e fornecida pela Sejus (Secretaria da Justiça e Cidadania), o alimento oferecido aos presos foi reduzido. “Trata-se de uma conduta que, além de imoral e ímproba, gerou prejuízo aos presos, pois eles se queixaram ao Ministério Público acerca da diminuição da quantidade de alimentos que a eles era destinada”, afirmou o promotor, por meio de nota. Medeiros acusa também Vidal da Luz de descumprir uma recomendação expedida pelo MP em 2011 sobre a “proibição de jogo do bicho e outros jogos de azar, pois teria sido conivente com essas práticas na cidade.” A promotoria afirmou ainda que o subtenente estaria negligenciando outra recomendação referente à apreensão de veículos no município. Segundo as investigações do MP, o policial teria chegado a liberar motocicletas por conta própria, desrespeitando assim as normas previstas no Código de Processo Penal. PM abre sindicância O porta-voz da PM do Ceará, tenente-coronel Fernando Albano, informou que a corporação só vai se pronunciar sobre o suposto desvio e condutas de Rogério Luz após a conclusão de uma sindicância, aberta pela corporação para analisar as denúncias feitas pelo MP. Segundo Albano, o inquérito deverá ficar pronto nos próximos 30 dias. Ele informou ainda que durante as investigações o subtenente não ficará afastado das atividades militares. A reportagem do UOL tentou contato com a Unidade da PM em Assaré durante toda esta sexta-feira (18) para tentar ouvir o subtenente, mas as ligações não foram atendidas. A PM não informou o celular do policial acusado.