quarta-feira, 14 de março de 2012

líder da greve da PM na Bahia é solto após 27 dias

Foi solto na noite desta terça-feira, 13, em Salvador, na capital baiana, o ex-policial militar e advogado David Salomão, um dos líderes da greve da Polícia Militar do Estado no começo de fevereiro. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça (TJ), o alvará de soltura foi emitido pela 2ª Vara Crime de Salvador.

"Liberdade ainda que tardia", escreveu Salomão em seu perfil no Facebook poucas horas após ser solto. "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto", protestou.

Salomão havia sido preso no dia 15 de fevereiro em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, uma semana após a divulgação de uma conversa com o principal líder do movimento, Marcos Prisco. Nas gravações, realizadas pela polícia mediante autorização judicial, o grevista estaria organizando atos de vandalismo: "eu vou queimar viatura... Eu vou queimar duas carretas agora na Rio-Bahia que não vai dar tempo...", disse Salomão, ao que Prisco ordenou: "Fecha a BR aí meu irmão. Fecha a BR."

Segundo Salomão, a conversa, reproduzida pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, teria sido manipulada pela emissora. "Eles editaram a conversa, apesar de que a gente já sabia que estava sendo monitorado. Como a própria sociedade pode ver, não houve bloqueio da Rio-Bahia, nem incêndios. Nossa conversa serviu para acalmar os ânimos, já que havia ameaça de invasão ao prédio da Assembleia Legislativa", disse na ocasião.

Procurado pelo Terra, David Salomão não foi encontrado para comentar as novidades no caso.

A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

A paralisação, que terminou 12 dias depois, servia para reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após o início da greve, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando sua ilegalidade e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspendesse o movimento.

Com informações da Agência A Tarde

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