quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

E' muito arbitrariedade!

PM do Rio poderá expulsar coronéis acusados de incitar greve
Oficiais da corporação serão submetidos a um Conselho de Justificação. Se condenados, serão excluídos. Um deles é ex-corregedor
iG Rio de Janeiro | 15/02/2012 16:16:57


O secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, assinou nesta quarta-feira (15), o processo de instauração do Conselho de Justificação para verificar as responsabilidades da participação de dois coronéis e um major da Polícia Militar no movimento grevista.

Leia também: PMs e bombeiros decidem encerrar oficialmente a greve

Os três foram presos e foram acusados de conclamar a paralisação de PMs, policiais civis e bombeiros, encerrada na noite da última segunda-feira (13).

Serão julgados pelo conselho os coronéis Paulo Ricardo Paul, ex-corregedor-interno da corporação, e Adalberto de Souza Rabello, além do major Hélio Silva de Oliveira. Se condenados, eles podem até ser expulsos da corporação.

Pedido de liberdade

Um grupo de deputados da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados apresentou hoje um pedido de habeas corpus para os 11 bombeiros e dez policiais grevistas que estão detidos no presídio de segurança máxima Bangu 1, na zona oeste da capital fluminense.

O pedido, com caráter de liminar, foi apresentado nesta tarde ao Supremo Tribunal Federal (STF) e foi assinado pelos deputados Mendonça Prado (DEM-SE), Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ), Cabo Juliano Rabelo (PSB-MT) e Anthony Garotinho (PR-RJ).

Os deputados esperam que o pedido seja julgado ainda hoje. "Na nossa avaliação, essas prisões são arbitrárias e têm motivação política. Isso cria um precedente muito perigoso. Essas prisões remetem aos tempos da ditadura militar, quando não se reconhecia o direito à manifestação", disse o deputado Mendonça Prado.

Além de considerar a prisão arbitrária, o pedido ainda cita que os presos foram levados para uma unidade prisional destinada a presos comuns. "Eles não poderiam ficar presos em um presídio comum. O aceitável seria se fossem levados ou para o Quartel General dos Bombeiros ou para o Quartel General da Polícia Militar", enfatizou o deputado Protógenes Queiroz.

De acordo com o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), também integrante da comissão, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, chegou a ser contatado ontem (14) pelos parlamentares da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e admitiu a necessidade de transferência dos presos para prisões especiais.

"Deixar esses militares junto com traficantes em Bangu 1 significa preparar um banho de sangue. O governador, após o contato feito por deputados, teve bom-senso e disse que pedirá hoje as transferências desses presos para outra unidade", informou o deputado.

Ontem, a Secretaria de Segurança informou que hoje encaminharia pedido à Justiça solicitando a transferência dos PMs e bombeiros presos em Bangu 1 para unidades prisionais das respectivas corporações.

No pedido de habeas corpus, os deputados também citam as gravações de conversas entre parlamentares e policiais que conduziam o movimento grevista na Bahia e no Rio de Janeiro.

Os deputados querem uma apuração de onde saiu a autorização para que as conversas fossem gravadas. "Queremos que essas interceptações sejam apuradas. Já pedimos para ver a ordem judicial que as autorizou e, até agora, nada. Há a desconfiança de que as gravações foram feitas de forma clandestina", disse o deputado Chico Alencar.

As gravações de conversas entre policiais do Rio e da Bahia foram divulgadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, na semana passada.

“Após a divulgação das conversas, os movimentos grevistas na Bahia e no Rio de Janeiro perderam força. Houve violação de sigilo de parlamentares e isso é grave. Queremos que isso seja apurado", destacou Protógenes Queiroz. Entre os parlamentares envolvidos nas conversas estão o deputado Arnaldo Faria de Sá e Anthony Garotinho, que conversaram com líderes dos dois movimentos grevistas.

Com informações da Agência Brasil

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