segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Associações se reúnem com arcebispo e comandante para discutir greve de PMs

Grevistas recusaram a proposta de reajuste oferecida pelo governo de 6,5% reatroativo ao mês de janeiro


Da Redaçãoatualizada às 16h40

Representantes de quatro associações da Polícia Militar estão reunidos com o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, na tarde desta segunda-feira (6). Buscando intermediar a greve parcial de PMs que atinge a Bahia há quase uma semana, o arcebispo convidou as associações para uma reunião na residência episcopal, localizada no bairro da Federação.

Participam do encontro membros da Associação dos Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM), Associação dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais da Polícia Militar da Bahia (ABSSO), Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (ASPOJER) e Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA).

Também está previsto para a tarde desta segunda-feira (6) um encontro com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro. A reunião será no Quartel do Comando Geral dos Aflitos, localizado no Campo Grande.

No mesmo local, o comandante disse em entrevista coletiva no final da manhã desta segunda-feira (6) que os foliões podem ficar tranquilos, pois o Carnaval de Salvador contará com o policiamento da Polícia Militar.

Os festejos começam no próximo dia 16. “Nós vamos pular o Carnaval com segurança e, com certeza, com a segurança da Polícia Militar, porque os policiais militares têm o envolvimento não só no Carnaval, mas todos os dias em nosso estado”, afirmou o comandante.
Na coletiva, comandante estava acompanhado por 14 coronéis do alto comando da PM
Durante a coletiva, o coronel convocou ainda os policiais amotinados a voltar ao trabalho: “o momento é de diálogo, o que estamos querendo é o retorno desta minoria que está em greve ao trabalho, por isso peço que os policiais retornem para fazermos o policiamento ostensivo. Tenho certeza que chegaremos a uma solução”.

Anistia e revogação das prisões

Os grevistas recusaram a proposta de reajuste oferecida pelo governo de 6,5% reatroativo ao mês de janeiro. Os líderes do movimento de paralisação elaboraram uma contraproposta para o Governo. Nela, os manifestantes abriram mão de quatro dos sete pontos de reivindicação que movimenta a greve.

A exigência agora é pelo pagamento da Gratificação por Atividade de Polícia (GAP) IV e V, que seriam recebidos em parcelas. O grupo também pede anistia administrativa e revogação das prisões dos 12 líderes do movimento.

O Governo não negocia, pois acredita que os policiais estão cometendo excessos.

Assembleia cercada

Cerca de 600 homens do Exército e 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) cercam a Assembleia Legislativa desde a manhã desta segunda-feira (6) para cumprir os 11 mandados de prisão contra policiais e bombeiros que estão acampados no prédio. Um policial militar foi baleado no confronto.

Policial militar baleado durante cerco à Assembleia Legislativa


Soldados do Exército instalaram uma grade em uma operação de isolamento, como é chamada a manobra. Os policiais grevistas se colocaram em frente à rampa de entrada do prédio da Assembleia. Mulheres e crianças, familiares dos PMs grevistas, fazem um cordão de isolamento em torno do prédio. Um helicóptero do Exército sobrevoa o prédio da Assembleia.

Em entrevista à TV Bahia, o oficial de Comunicação do Exército, tenente Cunha, disse que o Exército irá cumprir os 11 mandados de prisão. 'Nosso objetivo é fazer o isolamento para trazer o pleno funcionamento do prédio da Assembleia Legislativa. Cabe à SSP definir como será feito. [quando perguntado se invasão do prédio da Assembleia será feito de forma pacífica]', disse.

Início da paralisação

Em uma assembleia realizada na tarde da última terça-feira (31), os policiais militares ligados à Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.

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