sábado, 4 de fevereiro de 2012

Greve continua e pode comprometer Arena Pernambuco nas Confederações.

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

A paralisação da Arena Pernambuco, que completa hoje uma semana, parece não estar próxima do fim, e isso pode prejudicar o já apertado cronograma de obras do estádio, que ainda depende do aval da Fifa para ser sede da Copa das Confederações-2013.

Esta é a segunda vez em dois meses que a construção da futura sede da Copa em Pernambuco é interrompida por uma greve.

Na manhã desta terça-feira, a Folha visitou o canteiro de obras da futura arena, em São Lourenço da Mata -19 km de Recife-, e conversou com dezenas de trabalhadores que compareceram ao local só para bater ponto.

Danilo Verpa/Folhapress

Obras da Arena Pernambuco onde operarios da Odebrecht estão em greve há seis dias

Todos os consultados afirmaram que se manteriam paralisados até mesmo se o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) atendesse à solicitação da Odebrecht, responsável pela obra, que cobra a ilegalidade do movimento.

O julgamento da greve, que seria realizado ontem à tarde no TRT, em Recife, foi adiado para quinta-feira pois os advogados do sindicato que representa os trabalhadores e da Odebrecht não chegaram a um acordo.

Em seu pedido ao TRT, a construtora afirma que ainda está em vigor um acordo salarial firmado com o sindicato em setembro.

Já os trabalhadores reivindicam o pagamento de horas-extras de dezembro, que teriam sido descontadas da folha salarial de janeiro, o aumento do valor da cesta básica e o pagamento do PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Caso a greve seja considerada ilegal pelo TRT, a Odebrecht poderá aplicar multa no sindicato, descontar os dias não trabalhados e fazer demissões por justa causa.

Os operários consultados pela reportagem dizem não temer a demissão em massa.

"Independentemente do que acontecer no TRT, a gente continua firme na greve até que eles [da Odebrecht] atendam o que gente está pedindo. A revolta é geral", disse o ajudante de produção, Josué Ferreira, que trabalha na obra há sete meses.

Segundo ele, a obra estava sendo protegida por dois ônibus do Batalhão de Choque de Recife e entre oito e dez carros da polícia de São Lourenço da Mata, o que teria deixado a cidade desguarnecida de segurança.

A Folha foi impedida de entrar na obra pela Odebrecht.

Autoridades ligadas à Copa em Recife haviam admitido anteontem que a continuidade da greve poderia afetar drasticamente o cronograma de obras da Arena Pernambuco. Em junho, a Fifa fará vistoria no local e deverá determinar se o estádio terá condições de ser concluído até 30 de abril de 2013, prazo estipulado pela Odebrecht.

"A greve afeta bastante o cronograma. Nós temos um prazo apertadíssimo. Isso realmente pode prejudicar o andamento para a Copa das Confederações", disse Marcos Lessa, presidente do consórcio responsável pelas obras na arena.

Fonte: Folha.com

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