sábado, 7 de janeiro de 2012

Suspeita de atentado a familiares da Desembargadora que julgou ilegal a greve dos Militares do Ceará.

Polícia investiga possibilidade de atentado

Um grupo invadiu a casa de familiares da desembargadora Sérgia Miranda e teria agredido as vítimas. O caso será investigado pela Polícia Civil

Conforme o promotor Alexandre Saraiva, o caso precisa ser apurado com rigor (SARA MAIA)
Conforme o promotor Alexandre Saraiva, o caso precisa ser apurado com rigor (SARA MAIA)

A Polícia Civil abriu ontem inquérito para apurar suposto atentado cometido contra familiares da desembargadora Sérgia Miranda, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE). Os tios-avós da magistrada teriam sido agredidos por um grupo que invadiu a casa deles, em Horizonte (Região Metropolitana de Fortaleza), na última quarta--feira, 4. Os agressores teriam derramado álcool no cabelo de uma das vítimas, ameaçando queimá-la.
O caso foi um dos temas debatidos na reunião realizada ontem pela cúpula da Segurança Pública do Ceará, na sede da 10ª Região Militar. “Na reunião, todo mundo acordou que o caso precisa ser apurado com rigor. É um evento absurdo”, comenta o promotor de Justiça Militar, Alexandre Leal Saraiva.

Será investigado se o suposto atentado tem relação com o trabalho da desembargadora. “Para afirmar o que realmente aconteceu temos que fazer uma investigação. O inquérito já foi aberto. Vamos descobrir o porquê da invasão da casa”, diz o delegado geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas.

O inquérito será presidido pelos delegados Ricardo Romagnóli, de Horizonte, e Ana Lúcia Almeida, do Eusébio. “Ainda vamos ouvir as vítimas e testemunhas”, informa Ricardo. Detalhes do caso não foram divulgados pela Polícia.

Na tarde de ontem, a Associação Cearense de Magistrados (ACM) divulgou uma nota para “manifestar apoio e solidariedade à magistrada e seus familiares”. “A ACM confia na pronta e rigorosa apuração dos fatos e de sua autoria, de modo a identificar, inclusive, se o episódio guarda relação com a atuação funcional de sua associada, o que, em sendo demonstrado, representará grave investida contra a independência do Poder Judiciário”, acrescenta a nota.

O POVO procurou o Tribunal de Justiça do Ceará para se pronunciar sobre o tema, mas a assessoria de imprensa disse que não tinha informações sobre o caso. A expectativa é de que representantes do Conselho Nacional de Justiça venham a Fortaleza investigar a ocorrência.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o suposto atentado. O primeiro passo será ouvir as vítimas e as testemunhas. Representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também devem vir a Fortaleza ajudar nas investigações.

Saiba mais

No último dia 2, a desembargadora Sérgia Miranda determinou o retorno imediato dos militares em greve ao trabalho.

O não cumprimento da determinação poderia acarretar pagamento de multa diária de R$ 500 por cada policial parado e R$ 15 mil por cada associação envolvida no movimento.

Na decisão, a desembargadora alegou a inconstitucionalidade da greve, além de considerar o movimento um crime e infração militar. Também foi a magistrada quem decretou a ilegalidade da greve dos policiais civis, em dezembro de 2011.


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