segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

OAB, apoia uma possível paralisação dos Militares do Rio de Janeiro

Policiais militares, civis e bombeiros ainda tentam negociar com o estado

Rio

Divulgação
Membros dos Bombeiros e das polícias civil e militar vêm se mobilizando para conseguir reajuste
Reunidos: Membros dos Bombeiros e das polícias civil e militar vêm se mobilizando para conseguir reajuste

Júlio Amaral
Volta Redonda

Apesar de estarem preocupados com um possível aumento da violência no caso de uma paralisação dos policiais militares, civis e dos bombeiros, os moradores de Volta Redonda concordam com o direito à greve das três instituições.

Na opinião de Rafael Machado, proprietário de um comércio na Avenida Paulo de Frontin, os moradores e o próprio comércio vão ficar preocupados com a segurança, mas acredita que este é um direito deles.

- Estou acompanhando nos jornais as negociações dos representantes das três instituições, e acho que é direito deles reivindicarem melhorias para as categorias, mass como comerciantes fico preocupado com as consequências de uma possível paralisação, apesar deles alegarem que vão continuar trabalhando com 30% do efetivo - disse.

Para a bancária aposentada Maria Elane, o direito à greve é de todo trabalhador, independente da profissão, e que o governo estadual deve sentar e negociar com eles.

- É direito de todos fazer uma greve, mas também é direito nosso ter segurança, por isso acho que o estado tem que analisar com atenção as reivindicações dessa categoria - defendeu.

O cabo da polícia militar Pablo Rafael, líder do movimento grevista na região, afirma que a população pode ficar tranquila, pois a ordem pública será mantida caso a greve realmente aconteça, pois será mantido um efetivo de 30% de cada categoria durante a paralisação.
Com relação a um possível aumento da violência na cidade, o militar afirma que isso não acontecerá porque o patrulhamento ostensivo da cidade e outros serviços serão mantidos.

- Nós não queremos paralisar, não é nossa intenção. Queremos mostrar ao governo do estado não temos condições de trabalhar do jeito que está. Se comparado com outros estados, o piso do salário inicial de um PM é o mais baixo do Brasil - afirma Rafael.

Assembleia

Na última quarta feira, representantes das polícias militar, civil e do Corpo de Bombeiros de Volta Redonda, Barra Mansa, Barra do Piraí, Resende, Itatiaia e Piraí estiveram no bairro no Rio, onde participaram de uma assembleia, sem chegar a um acordo.
- Vamos aguardar a resposta do governo até dez de fevereiro. Caso não tenhamos uma resposta até esta data, vamos entrar em greve. No próximo dia 29 vamos realizar uma grande manifestação em frente ao Hotel Copacabana Palace, quando esperamos reunir dez mil pessoas das três categorias. Nós queremos servir a população, só que não há condições de continuar com este piso. Temos consciência do grau de nossa responsabilidade e das consequências de uma paralisação - declarou.

O Cabo Rafael ressalta que o movimento não é político.
- Nós apoiamos o comandante geral da corporação (o coronel Costa e Filho), não temos nenhum vínculo político. Reconhecemos o bom trabalho do governador Sérgio Cabral (PMDB) e o temos como nosso chefe. Nosso objetivo é sentar para conversar. Temos um ótimo governador e comandante, mas infelizmente um péssimo salário - desabafa.

De todas as reivindicações propostas pelos representantes das três instituições a mais importante, segundo o cabo Rafael, é o piso salarial de R$ 3 mil.

OAB-VR afirma que apóia qualquer movimento social

De acordo com o advogado Alex Martins Rodrigues, vice-presidente da OAB(Ordem dos Advogados do Brasil) na seccional Volta Redonda, a greve é um direito previsto na Constituição Federal, e é permitido às três categorias que façam a paralisação como qualquer trabalhador.

- O estado tem que perceber a necessidade de um ponto de equilíbrio, pois a maior prejudicads em uma greve é a sociedade. Acho que deve ser prevalecido o reconhecimento coletivo da função do salário do policial e do bombeiro. A solução é sentar com eles e fazer um acordo, pois o estado deve observar se realmente o que esses profissionais recebem está compatível com a função que eles exercem. Eles prestam um serviço primordial para o bem estar da sociedade - argumentou. - Apoiamos qualquer movimento social, o que não queremos é ver o cenário se repetir como no ano passado.

Sicomércio acredita em final feliz

Presidente do Sicomércio (Sindicato do comércio Varejista de Volta Redonda), Antônio Luzia Borges acredita que o movimento de greve deve negociar para chegar a um acordo.

- Acredito também que o movimento dos grevistas tem que ser analisado com cautela, pois eles exercem uma profissão de alto risco e precisam ser ouvidos pelo governo do estado. Acredito que, até o último momento, eles acabem chegando a um acordo. Tomara que não aconteça a greve e, caso aconteça, não prejudique todos nós - declarou.

Segundo Antônio, o funcionamento do comércio pode ficar comprometido e vulnerável, pois, com a greve, a situação pode se complicar, pois diversos serviços dependem de cada uma dessas três instituições.


Fonte:  Diário do Vale

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