terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Quem e" o culpado?

Ação caça policiais que revendiam armas ao tráfico
Para o cidadão comum, é difícil entender como as quadrilhas de traficantes de drogas do Rio, mesmo com apreensões quase diárias de armamento pela polícia, conseguem ostentar arsenais como o do traficante Nem, da Rocinha, ou as centenas de fuzis e pistolas recolhidos no Alemão. Uma parte do problema, obviamente, está no descontrole das fronteiras e nos vazadouros que só a corrupção explica. Outros mecanismos são bem mais simples, mas não menos revoltantes: policiais simplesmente revendem para os bandidos os itens que acabaram de recolher, sejam armas ou drogas.

Uma ação da Subsecretaria de Inteligência, da Secretaria de Segurança do Rio, tenta prender, desde as primeiras horas desta terça-feira, 19 acusados de participar de um esquema que explorava a revenda de materiais apreendidos em operações para os traficantes. As operações, muitas vezes, eram clandestinas, montadas apenas para recolher esses objetos e faturar com a devolução.

A maioria dos acusados integra a Polícia Militar. Treze são PMS, outros dois são policiais civis. O nome escolhido para a operação é sugestivo: “Operação Herdeiros”, em referência à exploração do que se conhece como ‘espólio’ de guerra – o nome dado ao que os agentes desonestos conseguem recolher para revender.
Ao longo das investigações, dez pessoas foram presas. Na manhã desta terça-feira, o cabo da PM André Luiz Meneses dos Santos, do 41º BPM (Irajá), foi preso em sua casa, no bairro de Cascadura, na zona norte. De acordo com a polícia, havia dois carros de luxo na garagem. Entre os presos está também o ex-chefe de segurança da Câmara de Vereadores de Niterói. Com ele foi encontrado uma carteira falsa da Polícia Civil. O segurança já foi exonerado do cargo.
A Operação Herdeiros foi deflagrada após investigações identificarem dois grupos formados por policiais civis e militares que se associaram para arrecadar material apreendido em operações clandestinas ou mesmo em operações regulares, realizadas em favelas do Rio. Os policiais obtinham informações sobre a localização de traficantes, armas e drogas e após a operação os materiais desviados eram vendidos a traficantes por meio de comparsas que realizavam uma espécie de ponte entre os policiais e os bandidos.
As investigações apontaram ainda que o destino dessas armas era a favela do Jacarezinho, em Benfica, zona norte do Rio. Nessa comunidade, as negociações entre os traficantes e os policiais criminosos eram feitas, principalmente, por um ex-militar do Exército identificado como Asdrubal Bacon Dias Marques Junior, o Juninho.

Fonte: VEJA

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