quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ASSFAPOM - Policial Militar: Quantos terão que se matar, matar alguém ou morrer.....

Quantos terão que se matar, matar alguém ou morrer para que o Comando da Corporação inicie uma política de prevenção


“Nossos policiais estão doentes, o péssimo salário, a falta de condições de trabalho, de reconhecimento profissional e de assistência psicológica são fatores que contribuem para esse mal”
Desde o início do ano já foram registrados casos de suicídio, de crimes passionais e homicídios envolvendo policiais militares. A última ocorrência policial 8401/2011, da madrugada desta quinta-feira envolvendo o sargento da PM Célio, que matou a esposa, com um tiro na cabeça por causa de uma discussão conjugal. Só confirmou mais um desequilíbrio emocional dentro da corporação.


Conforme a Assfapom (Associação dos Praças e Familiares da Policia e Bombeiro Militar de Rondônia) vários são os casos, mas providencia por parte das autoridades, nenhuma. De olho nesses graves acontecimentos e preocupados com os efeitos psicológicos que a violência urbana e o alto nível de stress, decorrente da profissão ocasionam, a associação já vinha estudando sobre um projeto preventivo que, se aprovado, tornará obrigatório ao Comando da corporação realizar à APPS- Avaliação Periódica Psicológica Semestral.


Comparando os números, de policiais que se suicidaram ao longo dos anos, a associação constatou que o ano de 2011 está sendo o pior de todos. A entidade verificou que com o aumento significativo de ocorrências, e a falta de valorização profissional, policiais vêm desenvolvendo síndromes que infelizmente interferem para esse grande número de vítimas fatais.


Nos Estados Unidos esta medida é aplicada, de forma continua, como por exemplo, policiais que atendem uma ocorrência, mesmo ela sendo de pequeno vulto, serão encaminhados, em seguida, à avaliação psicológica como forma de prevenção, isto é, para que deste atendimento o profissional não venha a desenvolver nenhum trauma.


A associação entende que, com esta medida obrigatória, não só o policial, mas toda a sua família e principalmente a sociedade irá ganhar com o atendimento de um profissional saudável.


O medo da violência acarreta danos psicológicos em toda a sociedade, principalmente aos que atuam na área de segurança pública, como é o caso de cerca de 5.600 policiais, hoje registrados no Estado de Rondônia, mas especificamente aqueles que trabalham na rádio patrulha (RP).


A Assfapom vem dando publicidade desde o inicio do ano quanto à falta de uma política de prevenção por parte do Comando da Corporação e da defasagem do quadro de médicos do serviço de assistência social o SEASSO, que hoje é composto por apenas um médico, onde a demanda não está sendo correspondida, mas nenhuma providência foi tomada.


Pela proposta, o exercício do policial só poderá ser praticado caso o profissional seja considerado apto, em exame de saúde ocupacional e na avaliação psicológica e, se considerado inapto passará por tratamento até que possa se restabelecer e voltar ao seu trabalho.


"Se a Governo do Estado, Secretaria de segurança e o Comando da Corporação, ao invés de criar uma série de operações fantoches, prestassem atenção a toda publicidade que a associação vinha dando às tragédias e, como prioridade, olhasse para a corporação de dentro para fora, esses fatos poderiam ter sido evitados.” Disse Ada Dantas. “Todos os dias o policial militar se questiona se voltará vivo para casa. Tais pensamentos podem, ao longo do tempo, causar danos psicológicos que cedo ou tarde poderão dificultar ou atrapalhar e até mesmo impedir o exercício de suas atividades profissionais esse projeto poderá, em parte, garantir um exercício saudável do ser humano, policial militar", finalizou a vice-presidente.


Fonte: Rondônia Dinâmica

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