domingo, 28 de agosto de 2011

Comadante Geral chama protesto por salários dignos praticados por PMs de atos criminosos.


Queima de pneus em rodovias por PMs descontentes constrange comando da Polícia Militar

Protestos por aumento de salário ameaçam hierarquia da Brigada Militar

Em três semanas, manifestantes organizaram 12 barreiras com pneus queimados em rodovias gaúchas - Bombeiros Três de Maio / Divulgação
Em três semanas, manifestantes organizaram
12 barreiras com pneus queimados em rodovias gaúchas
Foto:Bombeiros Três de Maio / Divulgação

Definidos como “atos criminosos” pelo comandante-geral da BM, os protestos de PMs descontentes com os salários embaraçam a cúpula da Segurança Pública e abrem caminho para a quebra da rígida estrutura de comando militar.

Entre a noite de quinta e madrugada de sexta-feira, novos bloqueios com pneus incendiados em seis vias do Estado puseram mais combustível na delicada relação entre o comando da corporação e representantes dos soldados, aumentando o risco de insubordinação generalizada da tropa.

A tática de queimar pneus em rodovias como forma de reivindicar aumento salarial, adotada pela associação dos praças da Brigada Militar, constrange o comando da PM e a cúpula da Secretaria da Segurança Pública.

Entre o final da noite de quinta-feira e a madrugada de ontem, a fumaça negra das borrachas em chamas interrompeu o trânsito em quatro rodovias federais (numa delas em dois trechos), no Interior, e na avenida principal de Alvorada, na Região Metropolitana.

As manifestações, que limitam o direito de ir e vir dos motoristas, ocorreram em rodovias federais em Palmeira das Missões, Três de Maio, Sarandi e Rio Grande, em uma rodovia estadual em Gravataí e em uma avenida de Alvorada.

Em três casos, foram deixados cartazes pedindo melhores salários para os policiais militares. Os atos, definidos pelo comandante-geral da Brigada Militar, Sérgio Abreu, como “criminosos”, ocultam um outro risco: a iminência de quebra de hierarquia e insubordinação na caserna, um dos pilares da rígida estrutura militar.

O relato de um oficial da cúpula da corporação, que pede para não ser identificado, ajuda a compreender a situação em que se encontram a Brigada e a Secretaria da Segurança Pública.

— Há o risco de insubordinação, à semelhança ao que já aconteceu em outros Estados. Nos quartéis, silenciosamente, o pessoal apoia as manifestações porque os salários dos soldados está muito defasado.


Fonte: Jornal Zero Hora http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a3464958.xml

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