quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mas é a copia de Pernambuco, aqui também se criou-se uma comissão que tem 90 dias para decidir sobre os nossos salários.

Deputados defendem aprovação de projetos que geram despesas

Após declaração do ministro da Fazenda de corte nos gastos públicos, aumenta a polêmica sobre votação de propostas que tratam de reajuste para algumas carreiras de servidores e aumento do salário mínimo.
Rodolfo Stuckert
Paulo Pereira: "Vai ter um embate aqui na Casa diferente do que quer o Mantega."

Apesar do corte generalizado anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, parlamentares dizem que pretendem seguir trabalhando pela aprovação de algumas propostas, mesmo que impliquem aumento de gastos.
O governo tem interesse, por exemplo, em adiar a votação de projetos como o plano de carreira do Judiciário (PL 6613/09), que prevê aumento médio de 56% para juízes e servidores, e a PEC 300, que cria um piso nacional para policiais militares e bombeiros de todo o País. A intenção também é fixar o salário mínimo em R$540,00.
Presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP) ressaltou que o ministro está fazendo seu papel e que a função do Congresso é analisar se é possível ou não a concessão dos reajustes pretendidos. "Nós queremos aumentar o salário mínimo para R$580,00 e o salário dos aposentados em 80% disso. Enfim, vai ter um embate aqui na Casa diferente do que quer o Mantega."
Arquivo - Diógenes Santos
Rands: "È preciso preservar algumas reestruturações de carreiras de servidores."

O vice-líder do PT Maurício Rands (PT/PE) concorda com a política de cortes diante dos sinais de inflação e da necessidade de redução da dívida pública. No entanto, ele ressalva que é preciso preservar algumas reestruturações de carreiras de servidores. “Não pode ser uma tarefa linear porque existem alguns setores da administração que já tinham carreiras negociadas com o governo federal."

PEC 300
O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/RS), observou que já há um acordo de lideranças para a votação do piso dos policiais só após um amplo debate. "Já determinamos que os partidos indiquem os deputados que farão parte da comissão especial que irá discutir o tema da segurança pública, que tem um prazo de 90 dias para apresentar o seu relatório. A partir desse debate é que vamos discutir e votar a PEC 300 aqui na Câmara." A proposta tramita apensadaTramitação em conjunto. Quando uma proposta apresentada é semelhante a outra que já está tramitando, a Mesa da Câmara determina que a mais recente seja apensada à mais antiga. Se um dos projetos já tiver sido aprovado pelo Senado, este encabeça a lista, tendo prioridade. O relator dá um parecer único, mas precisa se pronunciar sobre todos. Quando aprova mais de um projeto apensado, o relator faz um texto substitutivo ao projeto original. O relator pode também recomendar a aprovação de um projeto apensado e a rejeição dos demais. à PEC 446/09.
PAC e programas sociaisJá o vice-líder do governo no Congresso Gilmar Machado (PT/MG) garante que alguns setores não serão atingidos por cortes no orçamento. "Por enquanto, nenhuma obra do PAC e nenhum programa social vai ser cortado. E nenhum investimento nas áreas da saúde e da educação. É lógico que nas demais áreas teremos que ter um cuidado”, ressalta o parlamentar. “A orientação do governo, porém, é continuar a montagem do orçamento com austeridade, mas preservando todos os investimentos do PAC e todas as questões sociais, como o Bolsa Família", complementa.
Gilmar Machado explicou que até agora a Comissão Mista de OrçamentoA Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização é responsável pela análise das propostas orçamentárias concebidas pelo Executivo. Além disso, deve acompanhar o desenvolvimento anual da arrecadação e da execução do Orçamento, fazendo eventuais correções ao longo do ano. A Comissão vota o Plano Plurianual, com metas a serem atingidas nos próximos quatro anos; a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece os parâmetros do Orçamento; e a Lei Orçamentária Anual, que organiza as receitas e despesas que o Governo terá no ano seguinte. Atualmente, o papel do Congresso é autorizar o Orçamento, ou seja, analisar os gastos propostos e aprovar sua realização. não recebeu qualquer documento formal sobre os cortes nas despesas. Ele lembrou que o Ministério do Planejamento geralmente se manifesta sobre contingenciamentos no mês de fevereiro. Ele avalia as declarações do ministro Mantega como reflexo de uma preocupação com a situação que o mundo todo enfrenta atualmente.

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