Duas pessoas foram indiciadas: uma professora e o marido
Redação CORREIO
A Polícia Federal (PF) concluiu que houve vazamento da prova do Enem, aplicada no início do mês, segundo comunicado divulgado em seu portal na madrugada desta quarta-feira (24). O vazamento começou em Remanso, a 765 km de Salvador. Duas pessoas foram indiciadas, acusadas de violação de sigilo funcional. Os nomes dos acusados não foram divulgados.
De acordo com a investigação da PF, uma professora de Remanso viu o título de um dos textos de apoio da redação duas horas antes da prova - ela era uma das aplicadoras do exame na cidade. Depois, a professora ligou para o marido, em Petrolina (PE), e ele contou o tema da redação para o filho. O garoto consultou alguns professores sobre qual seria a melhor maneira de fazer a redação.
Foi um destes professores consultados quem denunciou o caso à Delegacia da Polícia Federal de Juazeiro. Na época, um professor do Curso Geo Petrolina Pré-Vestibular, que tinha um ponto de apoio para tirar dúvidas dos estudantes, disse ao jornal "Estado de S. Paulo" que foi procurado por alunos que diziam que o tema da redação tinha vazado. "Na hora não acreditei na história do vazamento, mas atendemos os alunos, discutindo o tema (trabalho e escravidão)", declarou o professor de Português Marcos Freire. Mais de dez pessoas foram ouvidas, perícias foram realizadas e os envolvidos tiveram o sigilo telefônico quebrado, confirmando o vazamento das informações nesta quarta.
A professora e o marido foram indiciados e podem ficar presos por até seis anos.
Provas mantidas
Segundo o Ministério da Educação, o Enem não será cancelado porque não houve vazamento do exame em si, somente do texto de apoio da redação. Segundo nota divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) o estudante que se utilizou da informação privilegiada será eliminado do Enem.
O Enem já enfrenta problemas por conta de um erro nas provas de cor amarela. Uma nova prova será reaplicada no dia 15 de dezembro para os alunos que foram prejudicados pelos erros de impressão das provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza realizadas no dia último dia 6. Até o momento, foram identificados 2.817 estudantes nesta condição - e que, portanto, devem refazer o exame.
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