Por Nelson Townes
No primeiro semestre de 2005, um major da 17ª Brigada de Infantaria de Selva “Real Forte Príncipe da Bandeira”, em Porto Velho, apontava para o mapa da Amazônia brasileira, na tela onde um áudio-visual do Exército era exibido numa escola do bairro JK 1, nesta Capital, e avisava a platéia: “Os Estados Unidos vão invadir militarmente a Amazônia, como fizeram com o Iraque. Eles só precisam de um pretexto, da instabilidade em países como a Colombia;”
Quatro anos depois, o cenário para a invasão está pronto. Uma Guerra Fria irrompeu em agosto passado na América do Sul – após a Colômbia firmar um acordo militar com os Estados Unidos e anunciar que sete bases militares americanas vão funcionar nesse país, com 1.400 pessoas entre militares e civis durante os próximos dez anos, com investimentos de até US$ 5 bilhões.
Isso, juntamente com a reativação da 4ª Frota dos Estados Unidos no Atlântico Sul, causou uma corrida armamentista sem precedentes no continente, da qual participa o Brasil.
O Exército brasileiro prevê há anos uma invasão da Amazônia brasileira pelos Estados Unidos e, segundo uma fonte da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, em Porto Velho, Capital do Estado de Rondônia, se prepara para enfrentá-lo com uma “guerra de desgaste” e treina tropas com esse objetivo nas selvas deste Estado.
CENTRO GEOGRÁFICO
Rondônia tem uma importância militar estratégica na eventualidade de um conflito. Localizado no noroeste do Brasil, é o centro geográfico da América Latina e um estratégico polo intermodal de transporte, aéreo, terrestre e fluvial, para ligação do Norte ao Centro-Sul do país, ao Noroeste da América do Sul e acesso ao oceano Pacífico.
Durante a 19ª Sessão Plenária do Parlamento do Mercosul de 22 de setembro passado em Montevidéu, no Uruguai, o parlamentar paraguaio Eric Salum disse que o Paraguai pretendia “firmar convênios com países da região ou de fora dela" para a “profissionalização de suas Forças Armadas”, com o objetivo de "tomar uma decisão soberana" para “defender-se diante de uma suposta corrida armamentista na América do Sul.”
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, nega, porém, que o Brasil esteja participando de uma "corrida armamentista", mas fazendo uma "capacitação nacional" para o desenvolvimento tecnológico, conforme definiu numa entrevista à imprensa no dia 5 passado, segunda-feira, em Buenos Aires (Argentina.)
ACORDOS MILITARES
A “capacitação nacional” a que se refere o ministro é o Plano Nacional de Defesa do Brasil, que inclui acordos militares recentemente fechados com a França, para a compra de quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear, além de 50 helicópteros e 36 caças Rafale, da companhia francesa Dassault Aviation;
O ministro da Defesa do Brasil disse que se escolheu a França “por sua incrível autonomia tecnológica e seu compromisso absoluto de transferência de tecnologia” – algo que os americanos provavelmente não fariam e faziam os especialistas apostar que eles, embora participantes da licitação para compra das aeronaves, não a venceriam.
Jobim negou também que o Plano Nacional de Defesa do Brasil esteja relacionado com o acordo de Bogotá com Washington, que permitirá a utilização de até sete bases colombianas por militares americanos.
O ministro reconheceu, entretanto, que há tensão nessa região, mas disse acreditar que ela “vai se solucionar (sem conflitos) e precisamos ter paciência.”
FORÇA PARA DIZER NÃO
O ministro da Defesa do Brasil, advertiu porém, que os brasileiros pretendem se “capacitar” para “dizer "não" quando tivermos a necessidade de dizer "não"", pois o país tem uma “enorme riqueza em alimentos, água potável, hidrocarbonetos e energias alternativas”
Jobim disse ainda que o Brasil considera prioridades estratégicas o desenvolvimento de setores como o cibernéico, aeroespacial e nuclear, mas negou que o país pretenda construir bombas atômicas – “isso é proibido pela Constituição Brasileira e o Brasil é signatário do tratado de não proliferação de armas nucleares.”
Outras fontes militares explicaram ao repórter que as armas que estão sendo compradas da França servirão especificamente para reforçar a vigilância nas fronteiras da Amazônia – o principal alvo dos estrangeiros no Brasil – e as águas do Atlântico brasileiro, na região petrolífera do pré-sal.
DOAÇÃO DE AVIÕES
Na mesma semana em que Jobim negava a existência de uma corrida armamentista na América do Sul, o presidente brasileiro,.Luka da Silva, encaminhava ao Congresso Nacional pedido de autorização de doação em todo o seu mandato de pelo menos 27 aeronaves a países sul-americanos, em especial a Bolívia, Equador e Paraguai.
Na quarta-feira (7 de outubro) ele enviou dois projetos de lei para doar quatro helicópteros da Força Aérea Brasileira para a Bolívia e um avião de transporte de tropas ao Equador.
Bolívia e Equador são países membros da Alba, a aliança regional de esquerda liderada pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que também cedeu aviões ao governo do boliviano Evo Morales e assinou acordos de cooperação com o Equador, de Rafael Correa.
Num projeto de lei enviado em maio, Lula da Silva reativava um Acordo de Cooperação (Militar) Mútua assinado em fevereiro de 2000 entre Brasil e o Paraguai pedindo autorização para a doação ao Paraguai de três aviões da FAB, modelo Tucano T-27 de treinamento e ataque.
“BOM RELACIONAMENTO”
O ministro da Defesa, Nelson Jobim diz que com essas doações o Brasil visa “reforçar o bom relacionamento” com esses países, "estreitando ainda mais os laços de cooperação mútua.”
A Força Aérea Paraguaia já utiliza os versáteis Tucanos T-27 para fazer policiamento do espaço aéreo de suas fronteiras. São aviões especiais para operações na Amazônia, capazes de lançar mísseis ar-terra e têm metralhadora a bordo.
A doação para o Paraguai já foi aprovada por unanimidade por três comissões do Congresso brasileiro.
O brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, afirmou que todas as doações autorizadas pelo Congresso foram efetivadas: "Eu me lembro que um dos primeiros aviões que usei foi um F-80 doado pelos EUA, vindo da Guerra da Coreia [1950-53], todo furado de bala. Mas os que nós doamos não, foram todos revisados, estavam em perfeita condição".
Brasil finaliza agora processo de aquisição de 36 caças. Na disputa, estão modelos da França, da Suécia e dos EUA.
A Venezuela, inimiga dos americanos e da Colômbia, anunciou que vai comprar mísseis russos de médio alcance (300 quilômetros).
HOSTILIDADE DA BOLÍVIA
A Bolívia, por sua vez, embora beneficiada pelo Brasil, desloca tropas para a fronteira com Rondônia, na Ponta do Abunã para tomar os bens e expulsar 1.300 famílias de seringueiros e coletores de castanhas e anexar ao seu território uma faixa de terras que eles habitam há um século.
O objetivo, oficialmente anunciado como “pacífico” pelo presidente boliviano Evo Morales, é assentar colonos plantadores de coca, a planta da qual se extrai a cocaína e “nacionalizar” os brasileiros reassentando-os em outros pontos da Bolívia.
Como se pode ler em outra página deste site, milhares de brasieiros expropriados estão fugindo da Bolívia e formando um campo de refugiados na pequena cidade de Extema, a 300 quilometros a sudoeste de Porto Velho, na divisa entre Rondônia, Acre e Rondônia e na fronteira com a Bolívia.
Como o incidente ocorre numa região tão remota que nem aparece nos mapas brasileiros, e envolve no máximo 3 mil pobres e abandonados seringueiros e coletores de castanhas abandonados à própria sorte na fronteira, o assunto ainda não atrai nem a atenção da mídia de Porto Velho, nem do Itamarati e muito menos do Ministério da Defesa.
TREINAMENTO DE TROPAS
Enquanto isso em Rondônia, a 17ª Brigada de Infantaria de Selva “Real Forte Príncipe da Beira” está treinando tropas para lutar contra os soldados do Exército norte-americano ou militares terceirizados a serviço do Departamento de Estado – como os que este repórter descobriu agindo militarmente na Bolívia em 1990 – embora o govermo boliviano o negasse e os citasse como “assessores técnicos.”
Eles agiam como agentes da DEA (a agência americana anti-drogas) e poderão invadir o Brasil a pretexto de reprimir o narcotráfico ou perseguir traficantes fugitivos que cruzaram a fronteira com o Brasil.
A IMPORTÃNCIA DE PORTO VELHO
A Base Aérea de Porto Velho, uma das mais importantes da Amazônia, será reforçada com caças e helicópteros franceses, informou uma fonte militar.
Essa base tem hoje o maior centro de treinamento da Amazõnia para pilotos dos caças turbo-hélice “A 29 Supertucano”, a versão high-tech de última geração dos Tucano T-27 doados ao Paraguai, e que constituem a principal arma da Força Aérea Brasileira para operações especiais sobre a selva e combate aos aviões do narcotráfico internacional e outros intrusos.
Os A-29 Super Tucano são aviões de combate elogiados pelos próprios “mariners” – os fuzileiros navais americanos, que dizem que seu único defeito e não poder operar em porta-aviões. São tão ágeis que até enfrentam caças supersônicos.
Por terem um motor turbo-hílice são menos vulneráveis aos mísseis dos jatos por irradiarem menos calor, enquanto podem derrubar jatos porque também disparam mísseis ar-ar atraídos pelo calor dos jatos.
PREVISÃO ANTIGA
A ocupação militar da Amazônia pelos Estados Unidos é prevista há anos pelas Forças Armadas do Brasil e os preparativos para a guerra contra os invasores americanos certamente estão ocorrendo em outras unidades militares brasileiras na região.
Quatro anos antes, no primeiro semestre de 2005, um major da 17ª Brigada de Infantaria de Selva “Real Forte Príncipe da Bandeira”, em Porto Velho, apontava para o mapa da Amazônia brasileira, na tela onde um áudio-visual do Exército era exibido numa escola do bairro JK 1, nesta Capital, e avisava a platéia: “Os Estados Unidos vão invadir militarmente a Amazônia, como fizeram com o Iraque.”
ELES QUEREM UM PRETEXTO
O major explicava: “Eles querem tomar a Amazônia do Brasil, que é uma das regiões mais estratégicas do mundo” – e acrescentava: “Os americanos só precisam de um pretexto para nos invadir.”
“E o pretexto para invadir o Brasil será a instabilidade dos governos de países como o Equador, Colômbia e a Venezuela” - prosseguia o major – “os soldados americanos entrarão no território brasileiro alegando que estarão garantindo a paz, ou combatendo narcotráfico, e ocuparão a região alegando que estão ajudando o Brasil a ‘proteger’ a Amazônia, até mesmo da destruição ambiental (de que ele nos acusam.”)
“A Amazônia brasileira é tão estratégica para os americanos quanto o Iraque e o Oriente Médio”, continuava o major, com a diferença de que as reservas de petróleo iraquiana e de outros países da região (controlar essas reservas foi o motivo verdadeiro da derrubada de Saddan Hussein) e as que existem nos países andinos (incluindo a Venezuela) e no resto do planeta, acabarão em 50 anos – segundo prognósticos dos próprios americanos que estão procurando combustíveis alternativos e temem a concorrência comercial do álcool e do biodiesel brasileiros. As reservas do pré-sal no Atlântico brasileiro tornam-se especialmente valiosas e estratégicas.
AMAZÕNIA, RIQUEZAS E VIDA
E a Amazônia, com sua biodiversidade e geodiversidade de trilhões de dólares, conforme o que se avalia do pouquíssimo que até agora a ciência investigou, provavelmente vale mais do que todos os campos petrolíferos do mundo.
Sem contar com a importância vital da Amazônia para a vida no planeta Terra, como reguladora da temperatura no astro. Além disso, a Amazônia tem o produto mais valioso para o futuro da humanidade: as maiores reservas de água doce do mundo.
Como o Brasil não tem armas de destruição em massa que justifique uma invasão como a do Iraque – o pretexto previsto pelo major da 17ª para a invasão da Amazônia é mesmo o da “instabilidade” dos países fronteiriços, como a Colômbia, com sua indústria de cocaína e as quase destruídas FARCs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.)
LULA DESMENTE URIBE
O presidente Lula de imediato desmentiu o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, quanto a alegação de que o aumento da presença militar na Colômbia é para combater o narcotráfico. Lula lembrou que "as bases americanas estão na Colômbia desde 1952 e ainda não há soluções ao problema.”
Confirmando o alerta do Exército brasileiro apresentado quatro anos antes em Porto Velho, Lula disse na conferência de cúpula da União das Nações sul-americanas (Unasul), realizada em fim de agosto passado em Bariloche (Argentina), que não há garantias jurídicas de que as operações americanas “não violarão os territórios dos outros países ou poderão cometer alguns abusos.”
SOPA DE CAUTELA
Lula disse: "Não está [no texto do acordo], mas também não é proibido, o que não é proibido é permitido, temos que ter cuidado com isso. Ter cuidado e tomar sopa não fazem mal a ninguém.”
O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, foi mais claro do que Lula num pronunciamento durante o programa de rádio e TV “Alô Presidente”, de Caracas: “Os americanos querem tomar a Amazônia brasileira, o petróleo venezuelano e o Aquífero Guarani, considerado a maior reserva de água doce do mundo.”
Para Chavez,. as bases militares na Colômbia “asseguram o raio de ação ianque sobre toda a América do Sul”.
Chavez disse que a "corrida bélica" os Estados Unidos estão promovendo na região “tem o objetivo de frear a integração regional impulsionada pela Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e pela Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas.”)
EXPANSIONISMO IMPERIAL
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, retrucou que o acordo militar com os Estados Unidos é irreversível e visam derrotar o terrorismo (a ação militar das FARCs e qualquer enfrentamento aos americanos) e não significam intenção expansionista sobre outros países.
Por coincidência ou não, o presidente da Colômbia saiu da conferência acometido pela Gripe Suína – após tentar fazer seus colegas acreditarem que quem comandará as bases ianques serão os colombianos. O vírus da gripe parecia ser a única coisa verdadeira que o presidente Uribe apresentava.
Chávez aproveitou a entrevista para falar do expansionismo “imperial” norte-americano sobre a América Latina e criticar a atuação dos Estados Unidos em relação ao golpe fascista hondurenho e afirmou que na madrugada em que o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, sofreu o golpe de Estado, ele teria sido levado à base militar americana de Palmerola (Honduras), antes de ser levado à Costa Rica.
O presidente venezuelano disse que foi o próprio Zelaya quem deu detalhes da operação que teria sido coordenada por funcionários americanos.
NÓS SOMOS O ALVO
A Venezuela, ao firmar novos acordos de cooperação militar com a Rússia para aumentar a capacidade de defesa de seu país, acredita ser o alvo principal dos americanos.
Como ainda não há uma plena integração política continental, os países andinos ainda não percebem que sua beligerância é o pretexto para a invasão da Amazônia brasileira – e em seguida o domínio da Amazônia internacional. Depois, o expansionismo norte-americano sobre o continente sul-americano.
O golpe de Estado em Honduras, supostamente gerenciado pela CIA, seria uma “plataforma” para a instabilidade política na América do Sul e o pretexto para as ações militares americanas.
O palco está montado, como previa o major da 17ª Brigada de Infantaria de Selva em Porto Velhp: a Venezuela recusa-se a reatar relações diplomáticas com a Colombia e o Equador com a Colômbia.
CONFIANÇA ABALADA
A reunião de cúpula da Unasul convocada às pressas em agosto sobre a aliança militar Washington-Bogotá, terminou com a certeza de que o império governado por Barack Obama conseguiu abalou a confiança mútua entre as nações do continente.
Um diplomata brasileiro ouvido por telefone por este repórter reiterou o entendimento de que troca de insultos e acusações que ocorreram na reunião da Unasul evidenciou que ainda é insuficiente a integração entre as nações amazônicas, e isso aparentemente impediu os chefes de Estado de entender que uma crise militar na região interessa aos países do G-7.
Por sua vez, o professor de Economia Marcos Coimbra, da Universidade Cândido Mendes e conselheiro da Escola Superior de Guerra. escreveu que os membros do G 7 “não escondem sua intenção de eliminar ou diminuir a soberania dos países amazônicos sobre suas incomensuráveis riquezas.”
“ELES VIRÃO”
“E quando os militares americanos invadirão a Amazônia?” – perguntou alguém da platéia na conferência de 2005 em Porto Velho, no bairro JK 1. O major da 17ª Brigada respondeu: “Mais cedo, ou mais tarde, mas vai acontecer e estamos nos preparando (em Rondônia e nos outros Estados da Amazônia) para a guerra.”
“Como?” – perguntou outro ouvinte, incrédulo. “Como enfrentar a mais poderosa potência militar do mundo”? A pergunta partia de um garoto de 15 anos da idade, da mesma idade dos demais integrantes da platéia que assistia a essa conferência, realizada não para militares, políticos ou jornalistas, mas para adolescentes numa humilde sala de aula de uma Escola de 1º e 2ª Graus do bairro JK 1, um dos mais pobres da Zona Leste de Porto Velho.
A 17ª Brigada havia sido convidada a fazer uma palestra sobre suas atividades numa programação de “Ação para a Cidadania”, da Escola do Legislativo da Assembléia Legislativa de Rondônia para estudantes secundaristas.
Ao lado dos estupefatos adolescentes, subitamente despertados para a grave realidade da Amazônia brasileira, geralmente ignorada pela maioria da população, deveriam estar representantes da mídia internacional. Este repórter era o único jornalista presente.
OS INIMIGOS DA AMAZÔNIA
O major, auxiliado por um tenente, ao relatar as atividades da 17ª Brigada, falavam sobre a importância da preservação e da defesa da Amazônia, da cobiça que ela desperta nas potências do mundo há 500 anos e dos inimigos da floresta e dos seus povos.
Falaram que os americanos e outros estrangeiros já estão aqui, como narcotraficantes, contrabandistas de minérios e de madeira, devastadores da região em busca de lucro imediato, todos com a cumplicidade de brasileiros sem escrúpulos e a complacência do Poder Público minado pela corrupção no Legislativo, no Executivo e no Judiciário – mais a indiferença do resto do país que abandona a Amazônia à própria sorte.
A conferência foi realizada alguns meses antes de a Polícia Federal executar a “Operação Dominó” e prender autoridades dos Três Poderes de Rondônia a maioria acusada de formar quadrilha para roubar dinheiro público, confirmando o diagnóstico da corrupção generalizada feito pelos militares
DESGASTANDO O INVASOR
O garoto da humilde escola secundária do bairro JK insistiu numa pergunta que qualquer veterano general brasileiro também faria:“Como poderemos enfrentar os americanos”? O major respondeu: “Não temos condições de enfrentar os americanos no braço, teremos que fazer uma guerra de desgaste, igual a que eles estão sofrendo no Iraque e os estão forçando a desocupar esse país. Demora, mas é a única forma de expulsá-los daqui, quando nos invadirem.”
“É claro que não usaremos homens-bombas nem terrorismo suicida, como fazem os iraquianos, explicou o militar; Faremos guerra de desgaste através de guerrilhas, treinamos nossos soldados para fazer guerrilha” – continuou o militar. “É assim que expulsaremos os invasores.”
A selva brasileira é a grande arma contra os invasores e os soldados brasileiros não estarão lutando sozinhos. Os jovens dos povos da floresta estão entrando no exército, principalmente os índios aculturados.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) torce o nariz para esse engajamento militar e o major diz que não há motivos para queixas. “Enquanto ensinamos os índios a usar o fuzil, estimulamos a preservação de suas tradições e cultura; e não somos nós que prouramos os índios, eles é que nos procuram.”
TODOS MOBILIZADOS
Os preparativos para essa possibilidade de guerra na Amazônia são silenciosos, imperceptíveis para o grande público e contam com a participação da Marinha, no reforço do patrulhamento fluvial, da Força Aérea Brasileira (FAB) e de organizações oficiais estratégicas como o Sivam (Sistema de Vigilância Aérea da Amazônia) e Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia) que utilizam alta tecnologia – a maior parte desenvolvida no Brasil – monitorando dia e noite os céus e mapeando cada pedaço do chão – e reprimindo o principal pretexto para a invasão estrangeira, a devastação ambiental.
O mais próximo que o povo pode estar vendo de ação militar ainda não oficial na Amazônia são misteriosas bolas de fogo nos céus nas regiões fronteiriças de Rondônia e Acre com a Bolívia, jamais explicadas pelas autoridades e muito menos pela Força Aérea Brasileira.
Um jornalista chegou a escrever num site de Porto Velho que uma delas, que caiu em junho perto do distrito de Surpresa, na beira do rio Guaporé, na fronteira de Rondônia com a Bolívia, a cerca de 600 quilometros ao sul de Porto Velho, seria um satélite americano, com uma bandeira dos Estados Unidos pintada num dos destroços.
AUTORIDADES EM SILÊNCIO
Se for verdadeira a informação quanto à bandeira americana, poderia ser até também um avião intruso americano abatido e por razões até diplomáticas o caso teria sido abafado. Satélites a deriva não despencariam sem alerta prévio internacional da NASA.
Recentemente, em Boca do Acre, município amazonense, na fronteira com a Bolícia, a história de uma bola de fogo vista por toda a cidade virou dois vídeos no You Tube. E recentemente, em Jaru, Rondônia, foi fotografado um objeto voador com uma cauda flamejante e comprida como um cometa.
Essas bolas de fogo são incêndio ou explosões de aviões intrusos alvejados pela FAB, ou de bombas destruindo campos de pouso clandestinos de narcotraficantes. As negativas e, ou, o silêncio (e algumas mentiras) das autoridades irritam os repórteres mais insistentes, mas deixam felizes os ufólogos que não perdem a esperança de alguém achar um OVNi – ainda que despedaçado, na floresta.
RASTRO DE MÍSSIL
A FAB nega. Mas, a foto feita em Jaru parece ser a de um míssil disparado por um A 29. Esses aviões também operam à noite.
Embora a FAB diga que nunca atirou num avião intruso, boliviano ou não – exceto os disparos de advertência que resultaram na captura em junho passado de um monomotor, forçado a pousar numa estrada de terra do distrito de Izidrolândia (município de Alta Floresta) com uma carga de cerca de 200 quilos de cocaína, e negue ter alguma vez abatido alguma aeronave intrusa, fontes extra-oficiais dizem que são frequentes os combates aéreos na região.
Um site boliviano relatou há alguns meses que um “A 29 Supertucano” foi derrubado em território boliviano após ser cercado por vários aviões. A notícia não poderia ser levada a sério pois tinha muita patriotice e parecia propaganda militar para consumo interno. O site não tinha assinatura.
O normal parece ser manter em segredo os combates aéreos na fronteira com a Bolivia aparentemente para atender interesses diplomáticos do Brasil e da Bolívia.
O orgulho boliviano não é ferido por ter seus aviões derrubados, nem é envergonhado por seu continuado envolvimento com o narcotráfico, nem o Brasil aparece como destruidor de aeronaves desarmadas de um país amigo.
PONTO DE IGNIÇÃO
Mas, a Guerra Fria na Amazônia está já está num ponto próximo da ignição em Rondônia. A crescente tensão na Ponta do Abunã, com a expulsão de brasileiros do rio Mamu pelos soldados bolivianos, e a luta contra os invasores do espaço aéreo pode fazer Rondônia lutar em duas frentes de batalha caso o estado de guerra que o major da 17ª Brigada antecipava há quatro anos se agrave.
As outras armas que o Brasil tem para lutar contra os invasores da Amazônia são a utilização de dados geográficos digitais. Oito funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) e dois estudantes da Universidade Federal de Rondônia (Unir) participaram de uma semana de treinamento no Centro Regional do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em Porto Velho.
Eles aprenderam a lidar com os programas (softwares) Terraview e TerraSig que, segundo o analista do Sipam responsável pelo treinamento, Ernesto da Silva Filho, podem ser utilizados desde o planejamento até à impressão de mapas para uso em missões.
PARCERIA COM A FUNAI
O banco de dados traz a localização de aldeias, rodovias, rios, entre outros, que, colocados sobre imagens de satélite. Além de receber as informações que já constam no banco de dados do Sipam, os funcionários da Funai poderão fazer atualizações e passar para o computador aquilo que já têm no papel.
O Sipam fez parceria com a Funai para viabilizar a comunicação com as terras indígenas. Somente em Rondônia, o Sipam mantém em aldeias mais de dez terminais de comunicação por voz via satélite, conhecidos como VSAT. Tecnologia que tira as etnias do isolamento, permitindo contato telefônico com qualquer parte do mundo. As aldeias no coração da selva informarão também sobre a incursão de aeronaves ou tropas estrangeiras.
INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA
Para melhor detetar vôos irregulares que cruzam em baixa altitude a fronteira do Brasil na Região Amazônica o Sipam está comprando, através de convênio com o Exército brasileiro, o radar Saber M-60. O equipamento servirá para complementar as informações obtidas nos outros 25 radares que funcionam na Região.
Autor: Nelson Townes
Fonte: NoticiaRo.com
Para ver toda a materia clique no link abaixo
http://www.onortao.com.br/ler.asp?id=29923
Quando se protege a Amazonas está se protegendo toda a america do sul. Não seria viável então, a criação de um exército único, tipo a OTAN, onde todos os paises independente de política.(Se a ColÔmbia quizer ficar de fora que fique), más formar um poderoso contigente militar com milhões de soldaddos de toda américa do sul, unificação quem sabe, da Alba com Unasul. Todos por todos.
ResponderExcluirAssim como o Brasil tem que se proteger dos americanos, com bases militares na Colombia. A Bolívia não quer que se repita o que aconteceu com o Acre, que pertencia a Bolívia, perdeu justamente porque seringueiros brasileiros invadiram e se apossaram. Comprar terras a cinquenta km da fronteira por estrangeiros é contra lei na Bolívia. Perdeu territórios com o Brasil e com o Chile desta forma.
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