A Polícia Civil do Rio prendeu, nesta quarta-feira (4), três suspeitos de atos de vandalismo durante protestos. Dois adolescentes de menos de 18 anos foram apreendidos. Todos acusados de formação de quadrilha armada e incitação à violência.
Ainda era madrugada quando 30 policiais saíram para cumprir mandados de busca e apreensão no subúrbio do Rio, e também em Niterói e São Gonçalo , na Região Metropolitana.
As equipes recolheram computadores, celulares, máscaras de gás e um pedaço de madeira com pregos, entre outros objetos. Três jovens foram presos em flagrante, e dois menores, apreendidos.
Segundo a polícia, eles mantêm na internet uma das páginas dos Black Blocs, o grupo de mascarados que convoca pessoas para as manifestações, que, de acordo com os investigadores, incita atos de violência.
Nenhum dos suspeitos teve o nome divulgado pela polícia. Segundo o advogado, um deles se chama Daniel Guimarães Ferreira. Na delegacia, eles negaram a participação em atos de vandalismo, mas confirmaram que administram a página dos Black Blocs na internet.
“Não tem nenhuma prova cabal que diz que essas pessoas que foram detidas hoje, que elas teriam participado. Eu acho que isso é um trabalho de inteligência da polícia, que deve ser aprimorado, para identificar de fato as pessoas que promovem essa quebradeira”, declarou Carlos André Viana, advogado - OAB -RJ.
Os presos acabaram transferidos para outro presídio, em São Gonçalo. Eles serão  indiciados por formação de quadrilha e incitação a violência. Um deles vai responder também por corrupção de menores. Outro, que guardava arquivos de pornografia infantil, por pedofilia.
Segundo a polícia, eles  ensinavam  pela internet a fabricar bombas caseiras e objetos perfurantes.
“Se eles aderem a essa conduta de convocar e de convocar as pessoas para fazerem parte desse movimento, convocar as pessoas para criarem um instrumento, um artefato perfurante de múltiplas pontas, então não há dúvida que eles pertencem a uma quadrilha”, afirmou Martha Rocha, chefe de Polícia Civil.
A polícia ainda vai cumprir outros mandados de busca e apreensão. O inquérito corre em segredo de Justiça. Segundo o Ministério Público, já foram identificados os rostos de pelo menos 50 mascarados que participaram de atos de vandalismo.
Na noite desta terça, em uma manifestação chamada de baile de máscaras, quatro pessoas foram detidas na Cinelândia, no Centro do Rio. Elas se recusaram a mostrar o rosto  e a apresentar  documentos. Foram levadas para a delegacia e depois liberadas.
A abordagem aos mascarados foi autorizada pela Justiça, a pedido da comissão especial que investiga a violência nos protestos.