A Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) investiga 10 policiais suspeitos de apresentar atestados médicos falsos para conseguir benefícios. Caso seja comprovada a fraude, os militares podem responder criminalmente.
Segundo o comando do policiamento, de um efetivo de 7 mil homens, cerca de 350 estão afastados por motivo de saúde. Por mês, são apresentados até 150 atestadas médicos. Muitos da mesma pessoa. Esse foi o motivo que fez com que a corporação suspeitasse dos policiais. O subcomandante da PM, Coronel Mário da Hora, diz que quatro casos já foram confirmados.
“Hoje, nós temos cerca de quatro policiais que estão sendo investigados sobre essa situação em um total de 10. Esses que nós estamos adiantando são os que nós verificamos que existe 90% de possibilidade de eles realmente terem falsificado esse atestado", revela Mário.
Segundo ele, a PM e o Conselho de Segurança do Estado já elaboraram métodos e até uma proposta de mudança na lei para inibir o crime. Algumas medidas devem ser postas em prática ainda este mês.
“Iremos analisar todos os atestados médicos que foram recebidos pela Polícia Militar e esse material será encaminhado ao Conselho Regional de Medicina, para que seja feito um primeiro levantamento para saber se esses CRMs em nome do profissional estão de acordo com os registros do Conselho", completa o sub-comandante.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina em Alagoas (Cremal), qualquer pessoa pode procurar a instituição para saber se um atestado é verdadeiro. A partir daí, o médico é convocado e se for comprovado que ele não expediu o documento é feito um Boletim de Ocorrência. Em seguida, as informações são repassadas à Polícia Civil. Cerca de 50 análises como esta são realizadas por ano.
O conselho suspeita que existam quadrilhas especializadas na falsificação do documento. “Possivelmente existe uma quadrilha que vende atestado até em feira e até a cotação a gente já sabe. Cada atestado falso seria R$ 60, feito fraudulentamente para ausentar o servidor de seu trabalho”, expõe o presidente do Cremal, Fernando Pedrosa.
A Polícia Civil, responsável pelas investigações, afirma que seis pessoas já foram indiciadas, entre elas dois policiais. “Vamos agora para a segunda etapa de investigação para justamente localizar as pessoas que estão fraudando e fornecendo esses atestados médicos falsos”, afirma o delegado Carlos Alberto Reis. Ainda segundo o delegado, entre outros crimes, os indiciados podem responder por falsificação de atestado médico e falsidade ideológica.