A Polícia Ambiental desarticulou um sistema de comunicação clandestina próximo a União Bandeirantes, distrito de Porto Velho , que tinha o objetivo de controlar as ações de uma operação contra o desmatamento realizada pelo batalhão. Segundo a polícia, o esquema de monitoramento clandestino é parecido com o do tráfico de drogas. Em menos de um mês, a operação de combate ao desmatamento apreendeu 600 metros cúbicos de madeira, ou seja, 30 caminhões carregados.
Os madeireiros mantêm uma central de rádio clandestina e também batedores de moto em vários pontos, explica a polícia. Quando uma viatura da guarnição passa, a central de monitoramento é informada e repassa aos rádios que ficam nas cabines dos caminhões. "Estava deslocando numa linha, na região de União Bandeirantes, quando a gente se deparou com um caminhão. Quando o caminhoneiro avistou a guarnição abandonou o veículo e adentrou na mata", explica o policial ambiental, Odair Camilo.
Em um trecho da conversa gravada pela polícia, um dos integrantes do esquema deixa claro que sabe que a Polícia Ambiental está na região . "Pessoal, pessoal que tiver copiando, todo mundo quietinho. Vão dormir, descansar, que a ambiental tá no linhão. Vão vazar, todo mundo".
Por isso, segundo o comandante, é difícil identificar e prender os autores dos crimes ambientais.
A polícia diz que o monitoramento da operação é comum em outras regiões do estado. No primeiro semestre deste ano, 43% dos registros feitos pelo Batalhão de Polícia Ambiental estão relacionados ao desmatamento. Cerca de 13,2 mil metros cúbicos de madeira e mais de R$ 13,7 milhões em multas foram aplicados em operações no mesmo período.