Informação policial e Bombeiro Militar

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Coronel da PM é preso sob suspeita de peculato quando comandava batalhão no interior de São Paulo


Eduardo Schiavoni
Do UOL, em Americana (SP) 

A Justiça Militar executou, na última sexta-feira (5), a prisão preventiva do coronel Otacílio José de Souza, que comandou, até abril, o décimo batalhão da PM (Polícia Militar) no interior, sediado em Piracicaba (160 km de São Paulo).

Ele havia sido afastado por ser investigado pela Corregedoria da PM. A suspeita é de que o coronel tenha cometido peculato no exercício das funções. Segundo o Tribunal, a prisão foi determinada para que ele não interfira no andamento das investigações. A informação foi confirmada pela Polícia Militar.

Souza, que está na polícia há 31 anos, está preso no presídio Romão Gomes, em São Paulo, onde ficam exclusivamente policiais. De acordo com investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MPE (Ministério Público Estadual), Souza é suspeito de passar informações sobre a ação da polícia a bandidos que integram uma rede que explora jogo de azar na região de Piracicaba através de máquinas de caça-níquel.

Em março, uma operação contra a máfia do caça-níquel foi realizada em Piracicaba, mas houve quebra de sigilo em relação aos mandados de prisão. Os criminosos foram avisados e, com isso, a operação acabou parcialmente frustrada. Houve denuncia sobre a conduta de Souza, que foi afastado e virou alvo de investigação na Corregedoria.

    Além de Souza, também foi pedida e executada a prisão preventiva do policial militar Vagner Amilton de Souza, que segundo a Associação das Praças Policiais Militares da Ativa e Reformados do Estado de São Paulo, uma das autoras da denúncia, trabalhava como motorista do ex-comandante. Ele integraria a mesma quadrilha que operava o esquema de caça-níqueis.

    Outro lado

    A reportagem procurou o advogado de Souza, Alex Mazzuco dos Santos, mas ele informou que não poderia comentar o processo que, segundo ele, corre em segredo de Justiça. Pela mesma razão, o Gaeco não se pronunciou sobre o caso.

    A reportagem também tentou falar com Thiago Goulart, que representa Vagner Souza, mas não conseguiu contato. A um veículo de comunicação de Piracicaba, Goulart informou que já pediu a revogação da prisão preventiva.

    Antes de ser preso, no entanto, Souza anunciou que deu entrada no pedido de aposentadoria. Se for concedida, ele receberá seus proventos mesmo se condenado, perdendo apenas o posto adicional que receberá quando se aposentar. "Vou me aposentar.

    A última estrela dourada virá completar meu ombro e a missão dada foi cumprida", escreveu o policial, na rede social Facebook, antes de ser preso. Segundo a Associação dos Praças, a remuneração média para a patente de Souza é de R$ 18 mil mensais.

    Outro caso

    O caso envolvendo Souza não é a primeira denúncia feita contra o comando da PM em Piracicaba na época em que era comandado pelo coronel. Poucos dias depois de seu afastamento, a Associação dos Praças denunciou à Corregedoria prática de suposto crime de favorecimento pessoal e venda de policiamento por parte do décimo batalhão.

    De acordo com a denúncia, o comando do batalhão determinou o envio de uma viatura da PM, que deveria permanecer estacionada permanentemente, em frente à uma empresa da cidade, entre os dias 8 e 11 de janeiro. Segundo a denúncia, o comandante aferiu vantagem pelo ato.

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